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RELATÓRIOS DO DESENVOLVIMENTO DO PLANO INDIVIDUAL DE ESTUDOS

Page history last edited by PBworks 15 years, 11 months ago
Plano Individual de Estudos.
Professora/Aluna: Elisângela Rodrigues Garcia.
Pesquisa feita em sala de aula, com a criança com DDAH, entrevista com os pais e observações feitas na Escolinha onde ele fica no turno invers ao escolar.
 
Primeiramente vamos conceituar hiperatividade. A Hiperatividade não se trata de um problema comportamental, mas um transtorno mental com base orgânica, o que significa que os portadores não têm controle sobre os sintomas. Na seqüência relatos de dois dias de aula quando ainda os estudos estavam em fase inicial e eu ainda estava com todas as dúvidas e angústias as quais me levaram a fazer este trabalho de pesquisa.
 Diário 22/04/08
    O menino, 6 anos, chegou a minha casa, pois no turno inverso fica no “laboratório de aprendizagem”, por volta das 07h30min.     Um comportamento tranqüilo esperou sentado no sofá à hora de ir para a escola comigo.
Interagiu tranqüilamente em todas as atividades propostas. É participativo e disposto. No entanto não realiza as atividades cognitivas. Não compreende as ordens dos exercícios. É lhe explicado criteriosamente o que deve fazer, mas, não concebe, não entende. Não possui aparentemente nenhuma coordenação motora. Não vejo nenhuma evolução em seu desenvolvimento cognitivo.
Na atividade de hoje que era fazer um cartão e entregar a um colega, ele realizou com entusiasmo, apesar da “carta” ser um amontoado de papel rasgados.
Ele cumpre as tarefas lúdicas mesmo sem possuir o conhecimento cognitivo.
É carinhoso com todos, cordial e amigo, apesar de ser agressivo.
Na hora do recreio deu uns socos em um aluno de outra série e argumentou dizendo que o menino estava correndo atrás dele. Tenho a impressão de que a agressividade dele é uma falta de limites nas atitudes. Brinca como os demais de sua idade, porem machuca, pois, não tem noção da força e controle das ações.
Falta-lhe o entendimento em algo que ainda não sei.
Tem haver com limites. Ele não tem equilíbrio, mas, não é falha de caráter, percebe-se que realmente ele não compreende.
Observei que no dia de hoje ele está mais calmo, pois, foi tratado com carinho e afeto desde o momento em que chegou a minha casa.
Quando alguém pega o que é dele ou ele deseja o que o outro tem, a reação é agressiva e parte pra cima chorando, reclamando e pegando o que deseja violentamente.
É extremamente egocêntrico e individualista.
Senta sozinho, não permitem que peguem as suas coisas e reage com violência e atitude brusca se sente ameaçado. A questão é que se sente ameaçado quase que todo o tempo.
 
 
Dia 23/04/08
Hoje ele vomitou novamente quando chegou a minha casa. Vêm fazendo isso todos os dias devido ao remédio.
Na sala de aula foi tranqüilo até à hora do recreio. Ensaiamos as músicas para a apresentação para as mães. Ele não participou dos ensaios, pois exige concentração e disciplina e isso ele não tem concepção.
Na hora do recreio foi um desastre, ele jogou pedras nas crianças e a coordenadora teve de me chamar, pois ele não obedece a ela, se jogava no chão quando tentaram retira-lo de junto das demais crianças.
Ele obedece somente a mim. Eu cheguei diante dele e falei-lhe para me acompanhar, com segurança e firmeza. Ele acompanhou-me. A questão é que não acho certo retirá-lo e privá-lo de ter recreio. Algo deve ser feito para que ele consiga e possa conviver com as demais crianças sem ser agressivo.
Precisamos descobrir como.
Ele se nega a ouvir, nega-se a fazer qualquer coisa depois que é repreendido por alguém. Parece que é pior repreendê-lo. Às vezes penso que é melhor deixa-lo à vontade, fazendo o que ele quer que assim ele não reage negativamente. No entanto como eu posso ser imparcial e não intervir num processo de desenvolvimento, se este é meu papel? Se essa é a minha função?
Hoje conversei mais uma vez com a supervisão da escola para que tomemos medidas junto a orientação e encaminhamento à profissionais especializados com tentativas de evoluirmos com esta criança.
    Estes dois relatos servem para apresentar o dia-a-dia de uma professora com um aluno que possui DDAH (Distúrbio e Déficit de Atenção com hiperatividade). Tenho feito muitas descobertas e em poucos dias sei mais sobre hiperatividade do que eu mesma poderia supor.
   Descobri que o diagnóstico correto só é conseguido após criterioso exame clínico, já que não existe exame laboratorial que comprove a hiperatividade. E a conseqüência disso é desastrosa: freqüentes erros de diagnóstico. "A maioria dos nossos alunos são falsos hiperativos. Crianças que não se adaptam ao esquema rígido das escolas tradicionais e, por isso, se comportam como hiperativos, mesmo sem ter disfunção bioquímica. no caso de meu aluno ele fez os exames e o diagnóstico é "Distúrbio neuropsicomotor com hiperatividade e abandono materno." Entre os sintomas "a criança hiperativa não consegue seguir uma instrução até o fim por ser incapaz de fixar a ordem. “Para colocar limites, é preciso repetir a instrução 20 vezes”, diz Muszkat. Pude entender os por quês que antes de começar meus estudos afligiam-me. Hoje olho para ele antecipando as atitudes e podendo interferir de forma positiva. É importante que a família tenha um acompanhamento psicoterápico para compreender e saber lidar com um hiperativo.
    Embora a hiperatividade não tenha cura, ela pode ser controlada com tratamento psicoterápico, prática de atividades físicas e, nos casos mais graves, medicamentos estimulantes ou antidepressivos.
   Alcancei todos os objetivos que me propus neste trabalho. Entre eles aprendi como lidar com um hiperativo:
 
1. Crianças hiperativas precisam de limites. A saída não é deixá-las fazer tudo, mas impor as regras sem demonstrar irritação com a dificuldade da criança em responder às expectativas.
2. É preciso repetir a mesma instrução várias vezes sem perder a paciência já que a criança hiperativa não deixa de obedecer por birra, mas porque não armazenou a informação.
3. Pais devem elogiar o que a criança faz certo. Como o hiperativo vive sendo repreendido em casa e na escola, é preciso reforçar as atitudes positivas para elevar a auto-estima.
4. Não encha o quarto de bichos de pelúcia nem de quadros nas paredes. Quanto mais "clean" a decoração, mais fácil será manter a criança concentrada.
5. Também limite o número de brinquedos disponíveis para evitar distração. Descubra quais os tipos que prendem mais a atenção dela e dê preferência a eles.
6. Quase todo hiperativo tem problema de coordenação motora. Para não se chatear à mesa, prefira copos e pratos de plástico. E evite encher a sala de bibelôs ou vasos de vidro.
7. Crianças hiperativas se adaptam melhor a escolas pequenas, com menos de 20 alunos por sala, em que o professor dá atenção individual. Evite escolas que valorizam muito a disciplina.
8. Na sala de aula, o hiperativo deve sentar-se longe da janela, de preferência nas primeiras fileiras, para diminuir as distrações.
9. Como a criança hiperativa tem dificuldade de permanecer sentada durante toda a aula, o professor deve usá-la como ajudante, pedindo que busque livros na biblioteca ou que auxilie colegas com dificuldades.
10. Atividades físicas como natação ajuda a gastar energia. Mas evite esportes que demandem grande coordenação motora, como futebol ou basquete.
  Estudei os sintomas de um hiperativo e crianças com 6 destes já são consideradas DDAH, sendo que o meu aluno "R" possui todos eles e num grau bastante conceituado. São eles:
 
. Não consegue enxergar detalhes ou comete erros por descuido nas tarefas escolares ou em outras atividades
. Tem dificuldade de manter a concentração em tarefas ou brincadeiras
. Parece não ouvir o que se diz a ele (a)
. Não consegue seguir uma instrução até o fim e deixa de completar trabalhos escolares ou tarefas domésticas (mas a recusa não decorre de comportamento desafiador ou da falta de compreensão das instruções)
. Dificuldades em organizar tarefas e atividades
. Evita ou reluta em iniciar tarefa que exige grande esforço mental
. Perde com freqüência objetos de uso diário, como material escolar e brinquedos.
. Distrai-se com facilidade por estímulos externos
. Esquece atividades cotidianas
. Inquietação constante (remexe as mãos ou os pés ou se contorce no seu lugar)
. Sai do seu lugar na sala de aula ou em outras situações em que deve permanecer sentado
. Corre sem destino ou sobe em cima de móveis e objetos
. Dificuldade em se engajar em uma atividade recreativa com tranqüilidade. Está sempre em movimento, age como se estivesse ligado a um "motorzinho”.
. Fala o tempo todo
. Começa a responder a perguntas que ainda não foram completadas
. Tem dificuldade em esperar sua vez em jogos ou situações em grupo, interrompe a conversa de outras pessoas.
    Mas entre estes sintomas podemos resumir em três mais acentuados que caracterizam um hiperativo: Déficit de atenção;  Atividade motora excessiva: é manifestada através de atividade corporal excessiva e desorganizada, sem um objetivo concreto, sendo esta falta de finalidade a característica que permite diferenciá-la em certas atividades observadas no desenvolvimento normal da criança.
    Impulsividade ou falta de controle: o comportamento de toda criança é controlado pelos adultos através da imposição de regras que acabam sendo internalizadas no decorrer de seu desenvolvimento. Mas na criança hiperativa este processo encontra-se alterado, sendo a impulsividade um dos aspectos relevantes do distúrbio dando uma satisfação rápida em seus desejos e pouca frustração.
    Tendo estudado o histórico desta criança (abandono materno), ficou claro que, os transtornos vividos por ela e a mãe durante a gestação foram determinantes no desenvolvimento deste quadro. "A causa determinante das alterações bioquímicas cerebrais é uma questão bastante estudada e discutida, porém carece, ainda, de consenso. Vários autores acreditam que certas anormalidades, sejam no período gestacional ou por ocasião do parto, podem ser os supostos facilitadores para o desenvolvimento do quadro hiperativo".
    Em alguns casos que li as mães conseguiram atenuar em considerável importância a hiperatividade de seus filhos, através de uma dieta rica em proteínas, pobre em aditivos químicos e açúcares simples e carboidratos simples.
    Todas as informações que obtive passei em sala de aula a uma mudança na prática e os resultados são imediatos. Tendo estudado que de forma nenhuma devemos demonstrar os nervos alterados e quanto mais um hiperativo gritar, tanto mais baixo devemos falar. Não sendo para ele o dispositivo que aciona o córtex-frontal. Pois hiperativos são viciados em confusão e necessitam de conflitos para alimentar as suas confusões, mesmo que inconscientes e o são. No caso "R", passamos professora, família e cuidadora da escolinha, a caminharmos juntos no processo de desenvolvimento desta criança. Notando os resultados positivos imediatamente. Tem diminuído consideravelmente as atitudes agressivas, não sendo registrado nenhum caso desde que começamos a lidar com ele de forma paciente e afetuosa. Quando ele inicia com os descontroles emocionais, nossa postura é de atenção, calma e carinho sem, contudo deixá-lo fazer o que deseja, pois, hiperativos necessitam de limites. Muitas vezes é deixado estas crianças em verdadeiros tronos no ambiente em que convivem, por não se saber o que fazer diante de tanta agressividade e hiperatividade.
   Em uma das conversas que tive com os pais de "R", surgiu-me uma idéia, a mãe falou-me que mesmo o menino não realizando nenhuma atividade proposta pela escola, isso não quer dizer que a aprendizagem não tenha sido realizada. Disse que quando ela ensina-o em casa oralmente ele demonstra entre um movimento e outro que aprendeu o que ela quando com muita paciência ensinou. Me ocorreu então que fassamos um trabalho conjunto e tudo o que faz parte do conteúdo escolarseja ensinado a ele de forma oral. Veremos com o passar dos dias se isso tem um resultado positivo. Fui fazer o teste no dia seguinte contando em voz alta com ele as peças de um joguinho de dominó, para minha surpresa ele sabia contar até dez e com noção de quantidades. Começo a olhar para ele com outros olhos pois, vou me surpreendendo a cada teste feito e a cada experiência e tentativa de ajudá-lo. Jamais havia notado que ele estava construindo um conhecimento através das minhas aulas dadas normamalmente, pois, ele não representa este conhecimento adquirido de maneira igual aos demais colegas. Com certeza as avaliações com esta criança deverão ser de forma diferenciada, para que eu possa saber o quanto ele progrediu e se desenvolveu nos aspectos de uma criança de 1º ano.
    Estou muito grata em realizar este trabalho, foi graças a esta atividade que minha iniciativa de estudar este caso tem em muito colaborado no apoio a família e em minhas aulas. Continuarei estudando a respeito, pois, o processo de ajuda a este menino esta recém começando, visto que o diagnóstico é recente e o menino vem sofrendo por anos a falta de informação por parte dos adultos que com ele convivem.
 
 

Comments (2)

Anonymous said

at 10:50 pm on Jun 2, 2008

OI...Elis!!!
Que bom que estás se dedicando ao teu PIE.
Escolheste um tema bem interessante e que todos nós educadores devemos estar cientes nos dias atuais.
adorei...vai em frente!!com muita garra e coragem sempre!!
bjs

Iris Elisabeth Tempel Costa said

at 11:12 pm on Jun 2, 2008

Olá, Elisângela!
Ainda temos tempo e a importância do tema comporta aprofundamentos. É interessante leres alguns artigos acadêmicos. O que achas? Seguem algumas sugestões:
*** http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2s0/v80n2Sa08.pdf ***
*** http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n3/124.html ***
*** http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3788.pdf ***
*** http://www.scielo.br/pdf/anp/v61n1/15018.pdf ***
Abra@os, Iris

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